sexta-feira, 3 de agosto de 2012


















Quando a Morte Chegar


Quando a morte chegar, e sei que vai,
quero deixar pra trás...
tudo que me foi fardo,
tudo que não foi válido,
tudo que não foi exato,
tudo que a terra há de comer um dia.
Nada levarei, apenas as lembranças
do que aqui realizei.
Em meu caixão não haverá espaço
para a casa que comprei,
nem o carro que adorei,
minhas roupas também não.
Quando a morte chegar,
e sei que vai, deixarei o que plantei;
flores ou ervas daninhas,
amigos ou más companhias,
tristezas ou alegrias, amores ou desilusões.
Quando a morte chegar, e sei que vai,
levarei comigo as lembranças
dos amores que amei,
a saudade dos filhos que tive,
os sonhos que realizei
e os que não realizei, também levarei.
Quando a morte chegar, e sei que vai,
minha consciência será o meu juiz,
darei minha própria sentença
das ações que na vida fiz,
e que de certo será o pêndulo
que determinará o meu destino;
se ser livre no infinito
ou alma presa ao seu algoz.
Quando a morte chegar, e sei que vai,
se fiz da vida um bom destino,
voltarei para a casa eterna,
renascerei para a vida etérea
na casa de meu Pai.

Lu Pessoa.

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