Da janela em que vivia,
tecia o tempo em linhas tortas.
Nada podia.
Nada sentia.
Nada queria.
Medos?
Não tinha.
Sonhos?
Não lembrava.
Amores?
Não lamentava.
Recordações?
Não guardava.
E assim eram os dias...
e sorriso pálido, olhos fechados e mãos frias.
Esse era o mundo que lhe cabia.
Só lhe restando sombras
Folhas mortas
E o fim das horas.
Lu Pessoa.
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