Por Bruna Lombardi 
 
Que me venha esse homem 
depois de alguma chuva 
que me prenda de tarde 
em sua teia de veludo 
que me fira com os olhos 
e me penetre em tudo.
 
Que me venha esse homem 
de músculos exatos 
com um desejo agreste 
com um cheiro de mato 
que me prenda de noite 
em sua rede de braços 
que me perca em seus fios 
de algas e sargaços.
 
Que me venha com força 
com gosto de desbravar 
que me faça de mata 
pra percorrer devagar 
que me faça de rio 
pra se deixar naufragar.
 
Que me salve esse homem 
com sua febre de fogo 
que me prenda no espaço 
de seu passo mais louco.
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